Os perfumes da mata


"[...]. Quantos mesmo estando acostumados a mata olham sem ver tudo o que nela existe! A baunilha que abraça amorosamente o tronco da mungubeira e deixa cair generosamente, das gordas favas, gotas de mel, onde as formigas se encharcam e se besuntam. Mais adiante, o "cipó catinga" enlaça troncos impregnando do seu perfume as cascas sarabulhentas e inodoras de certas árvores. A japana, além de medicinal, possui um cheiro doce e agreste, cresce à beira dos caminhos e dentro delas saltam gafanhotos muito verdes e coleópteros com salpicos.
O sol, aos poucos, sacudia o seu torpor e esquentava até as tocas das cotias, acendendo a mata de luz, calor, perfumes, cantos de pássaros, gritos de macaco e ilas, murmúrios diversos; insetos, vermes e repteis, vêm voar e deslisar gostosamente por onde pousa o sol. [...]. E. Costa Lima. O filho da cobra grande. 2. ed. 1944. p. 117-120.


Baunilha. Vanilla planifolia,
 Denisse, E. Flore d´Amérique, t. 94, 1843-1846.
 www. plantillustrations. org

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