Uma paisagem maravilhosa


"O arvoredo desdobra-se, pouco a pouco, em toda sua opulência. Massas de folhagem sobem em trepadeiras verde-claro até às copas e dependuram-se até embaixo como vigorosas velas formando altos e redondos caramanchões. Por toda a parte raízes enormes e lisas, de cor cinza, finas ou grossas com braços, parecem amarras de navio a que estivessem presas enxarcias vindas lá do alto, desaparecendo no matagal florido ou enroscando-se nos troncos. O que se torna de surpreendente efeito é que ali nunca se vê o rio diante de si como uma estrada comprida, pois a cada meio ou um quilômetro há sempre uma volta a dar, aparecendo então sempre uma nova paisagem maravilhosa. Os pássaros levantam-se em voo, sendo o mais elegante a garça esbelta e branca de neve, formando contraste com a cor da espessa mata, onde não existe uma linha reta, nem se nota, ao mesmo tempo, formações de contornos regulares. Frequentemente, o nosso conhecido "Maçarico" de cores tão brilhantes, é chamado por aqui de Martim-pescador. O biguá, nosso mergulhão é visto, habitualmente, nos ramos das árvores com muitos companheiros, estirando, curiosamente, o comprido pescoço, ou vem à tona, após mergulhar correndo de passinhos rentes à superfície". Karl von den Steinen (1855-1929). O Brasil central. 1942, p. 55.
 
 
 
 
Biguá e Biguatinga.
Augusto Ruschi. Aves do Brasil. v. 2, 1986.


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