Galeandra perfumada.


"O nível da água dos alagados continuava elevado, deixando as árvores tão imersas que me permitiram ficar mais próxima das flores em suas copas, até mesmo dos enormes filodendros que coroavam a maioria das árvores antigas e cujas raízes se misturavam às das clusias, descendo como cortinas em busca de alimento no solo. Papagaios e tucanos brincavam e se alimentavam nos galhos. Flores mimosas, um suave tom violeta, ornamentavam as margens dos rios e fundiam-se em flores aquáticas amarelas.
Um bando de macacos de tronco amarelo seguia o barco, assobiando excitados enquanto espiavam pela folhagem  das árvores na beira da água. Logo começaram a ser seguidos por pequeninos macacos castanhos que pulavam de galho em galho tagarelando barulhentos.
À medida que navegávamos, a paisagem do rio foi-se tornando mais e mais fascinante. Como essa região também havia sido alagada, passamos por diversos casebres isolados e abandonados dentro da água. No caule fibroso e profundamente imerso das palmeiras jarás, brotavam grupos de orquídeas Galeandra devoniana perfumadas. Flores cereja de Cattleya violácea resplandeciam nas árvores ao lado das flores delicadas da Brassavola martiana. Ao longo do rio encontrávamos frequentemente árvores de Gustavia augusta, com grandes flores rosas e brancas." Margaret Mee (1909-1988). Flores da floresta amazônica. 2. ed. 2010, p. 52.
 
 
Galeandra devoniana.
 Ilustração de Margaret Mee.
Flores da Floresta amazônica.  2. ed. 2010.


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