Viajantes: As embarcações na Amazônia.


"Pouca coisa no Pará atrai tanto a atenção do estranho como as empetecadas embarcações fluviais. A todas as variedades de barcos, desde a corveta até a chalupa, dão a designação comum de canoas. Entretanto, poucas são as canoas, propriamente ditas, em tráfego. A montaria que tivemos ocasião de observar no Maranhão, é muito comum em Belém.
As grandes canoas que fazem o tráfego fluvial parecem ter sido construídas para qualquer outro fim, menos para  aquele ao qual realmente se destinam. O casco eleva-se da água qual o de um junco chinês. A cerca de meia nau, há uma espécie de toldo, geralmente de palha, para proteger o navegador contra os raios do sol, ou contra o orvalho noturno. Às vezes, há também sobre a armação uma coberta semelhante, que dá uma certa homogeneidade à aparência do barco. Esse arranjo exige, por seu turno, a construção de um passadiço ou tombadilho, sobre o qual trabalham os encarregados da navegação. O timoneiro fica, geralmente, sentado sobre o toldo de ré. Quando contemplávamos essas embarcações tínhamos a impressão de que, sendo tão pesadas na parte de cima, poderiam virar com facilidade, como inevitavelmente aconteceria se expostas a uma ventania forte. Ao que parece, porém, flutuam com muita facilidade. A grande vantagem da coberta acima descrita é proporcionar aos barqueiros acomodação onde pendurar suas redes, evitando assim que tenham de desembarcar, para instalá-las em árvores." Daniel P. Kidder (1815-1891). Reminiscências de viagens e permanência no Brasil (Províncias do Norte). 1951, p. 170-171.
 
 
 
 
Embarcações do Amazonas e do Rio Madeira coberta, batelão, igarité, montaria.
Franz Keller-Leuzinger. Voyage d´exploration sur l´Amazone et le madeira. 1874.


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