Vocabulário histórico da Amazônia e sua presença na literatura: Sapopema.


SAPOPEMA: grandes raízes que envolvem a base do tronco e  se elevam, às vezes, a dois metros de altura. 
 
ETIMOLOGIA: Do Guarani hapó 'raiz' + pembi 'tecedura', segundo Braz da Costa Rubim em Vocábulos indígenas e outros introduzidos no uso vulgar. Revista do Instituto Histórico e Geografico, t. 45, p. 1, 1882. Sin./Var.: sapupema, sapopemba.
 
LITERATURA: Álvaro Maia  comenta:
 
"Nada se vê, a dois metros de distância: as embarcações param, os motores abeiram aos barrancos. Canoas afoitas descem o rio, perto do escuro das margens, guiadas pelas correntezas espumantes e, muitas vezes, perdem os rumos.
As buzinas acordam os moradores. As bordoadas nas sapopemas, troando matas afora, servem para anunciar o caçador ou o seringueiro, que regressa da apanha do leite.
A sapopema acorda a alegria, - alguém vara as brenhas, um sopro de vida perpassa sob as árvores, uma voz vegetal saúda as barracas, que dormem ao longe." Álvaro Maia. Gente dos seringais. 1956, p. 13.
 
 
Árvore  e sapopemas.
 Franz Keller-Leuzinger. Voyage d´exploration sur l´Amazone et le Madeira. 1874.


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