Amazônia Exótica: curiosidades da floresta - Tucano.

TUCANO - s.m. Designação popular a aves do gênero Ramphastos da família dos ranfastídeos. Possui o bico muito grande e forte. Sua coloração é preta, vermelha, laranja ou verde.
 
ETIMOLOGIA: Theodoro Sampaio diz que o termo é corruptela de tu-can, 'bico ósseo', ou tu-quã, 'bico que sobrepuja, exagerado'. Sin/Var. tucana, tocano.
 
CURIOSIDADES/FOLCLORE: Nesse relato Eurico Santos descreve de forma divertida o comportamento dos tucanos.
"Martius já escrevia que tucano "lá em cima dos mais extremos galhos chama a chuva com suas altas notas queixosas". [...]. Na época da incubação ficam suspensas as pândegas, os grupinhos, as musicatas; cada qual cuida dos graves problemas da família. Então são vistos os casais atarefados. Como são aves precavidas e desconfiadas, não se lhes devassaram ainda bem certos costumes. Mas Goeldi diz que, à noite, escolhem esconderijo seguro para o sono. Quanto a posição que tomam para dormir essa é curiosíssima. Entortam, ou melhor, reviram a cauda para cima do dorso e escondem a cabeça debaixo da asa, resultando assim uma figura extravagante, uma espécie de enigma pitoresco".
 
LITERATURA: J. Th. Descourtilz relata características a cerca do bico do tucano: "A primeira vista, as espécies do gênero a que pertencem os tucanos nada inspiram a seu favor. Aquele bico de tamanho desmensurado parece incomodar a ave com o seu peso ou dá idéia de uma arma defensiva. Nada mais inexato. Tal trambolho, dando à fisionomia do tucano um ar tão estranho, é internamente constituído por células de paredes membranosas e extremamente leve. E nada há a temer do bico que mal consegue dar pequeno apertão na mão de quem apanhe uma dessas aves ao cair ferida."
 
LENDA/HISTÓRIA: A raposa e o tucano
 
A raposa entendeu que devia convidar o tucano para jantar na casa dela. O tucano foi. A raposa, muito traiçoeira, fez mingau para servir no jantar e o espalhou em cima de uma pedra e o pobre tucano nada pode comer e até machucou seu enorme bico na tentativa de comer o gostoso mingau. O tucano percebeu que foi de propósito e pensou num meio de vingar-se.
Passados alguns dias foi à casa da raposa e disse-lhe:
- Comadre, você outro dia tratou-me tão bem em sua casa oferecendo-me aquele maravilhoso jantar que quero retribuir-lhe a gentileza. Venho convidá-la para jantar comigo. A raposa então disse emocionada:
- Ora, compadre tucano não foi nenhum favor. Sua companhia é muito agradável. Eu aceito o convite. No dia marcado a raposa chegou à casa do tucano que tinha preparado o jantar. Também era mingau, só que ele colocou num jarro de pescoço bem estreito. O tucano meteu o bico e quando tirava vinha-se regalando. A raposa não conseguiu comer nada, lambia somente os respingos que caiam sobre a mesa. Acabado o jantar o tucano disse:
- Isso comadre, não é do meu feitio fazer com os outros, é só para você perceber, que o que fez comigo foi errado. Não queira se fazer de tão esperta.
 
A origem da rede de dormir e do bico grande do tucano
 
 
Há muito tempo, quando os animais falavam, os homens eram selvagens, pois não conheciam o fogo e a maloca. Viviam em bandos dormindo sobre o chão das matas, cobrindo-se com folhas secas ou próximas a sapopema das grandes árvores.
O pequeno lagarto Tamaquaré, que era cunhado do grande espírito Jurupari, resolveu casar-se com a anta. Havia, no entanto, um pequeno problema, o Tamaquaré tinha medo de dormir no chão por causa dos bichos da noite. Jurupari, preocupado com a segurança do pequeno Tamaquaré, pediu ao tucano que ele tecesse uma bonita rede de dormir para o casal. O tucano prontamente trançou longos cipós-imbé, entre um galho e outro das grandes árvores. Em pouco tempo estava pronta uma confortável rede de dormir longe do chão, e escondida dos homens.
Feliz, o Tamaquaré com seu novo abrigo noturno agradeceu ao hábil tucano e lhe pediu um favor: que jamais revelasse a ninguém, principalmente aos homens, como ele ganhara sua rede de dormir.
Certo dia, numa festa, o tucano de tanto beber caxiri, ficou bêbado e começou a falar coisas que não devia, como por exemplo, a arte de fazer rede de dormir. O Tamaquaré, que era um poderoso pajé, se aborreceu com a desobediência do tucano e puxou-lhe o bico dizendo: "Por causa da tua desobediência, teu bico vai crescer, com isso não voarás tão alto e nem falarás como antes. Teu bico só fará nhé-nhén".
 
 
 


Tucano
Ilustração de Eron Teixeira




 
 
 
Para saber mais
 







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Belém (PA)
 
Livraria Ernst Lohse  - Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi - Av. Magalhães Barata, 376.
 
Livraria da Fox -  Fox Vídeo - Travessa Dr. Moraes, 584.
 
Ná Figueiredo - Estação das Docas  - Boulevard Castilho França.
 
 
São Paulo (SP)
 
 
Livraria Cultura - www.livrariacultura.com.br
 
 
Curitiba (PR)
 
 
Livraria Alexandria - Travessa Nestor de Castro, 223 Loja 2 - Centro. Tel: (41)3027-4741.

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