Viajantes: As araras!


"Como são belas aquelas palmeiras! O estípite liso, pardacento sem manchas mais que pontuadas estrias, sustenta denso feixe de pecíolos longos e canulados, em que se assentam flabelas abertas como um leque, cujas pontas se curvam flexíveis e tremulantes.
Na base e em torno da coma, pendem amparados por espatas, densos cachos de cocos tão duros que a casca revestida de escamas romboidais e de um amarelo avermelhado desafia por algum tempo o férreo bico das araras.
Também com que vigor trabalham as barulhentas aves antes de conseguirem a apetecida e saborosa amêndoa!
Em grupos ajuntam-se elas, umas vermelhas como chispas soltas de intensa labareda, outras versicolores, outras pelo contrário de todo azuis, de maior viso e que, por parecerem negras, em distância, tem o nome de araraunas.
Ali ficam alcandoradas, balançando-se gravemente e atirando, de espaço a espaço, aos ares imensos das dilatadas campinas notas estridentes, quando não seja um clamor sem fim, ao quererem muitas disputar o mesmo cacho. Quase sempre, porém, estão a namorar-se, aos pares, postadas uma bem encostadinha à outra." Visconde de Taunay. Fauna, ano 1, n. 12, p. 17, dez. 1942.
 
 
 
Arara-vermelha ou Araracanga.
Edward Lee. Natural History of parrots by Prideaux John Selby. 1836.


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