Viajantes: Orquídeas no Igapó.



"Mas que maravilhosa flor amarela será aquela, estranhamente suspensa no ar? Suas pétalas brilham na penumbra como se fosse de ouro! Aproximamo-nos dela, e o mistério se esclarece: está presa a uma haste delgada como um fio, de uma jarda e meia de comprimento, saindo de um denso aglomerado de folhas que se acha fixado numa casca de árvore. Trata-se de uma variedade de Oncidium, uma das mais lindas orquidáceas, alegrando essa melancólica penumbra com suas brilhantes folhas suspensas. Aos poucos, outras vão surgindo, em profusão cada vez maior, ora brancas, ora purpúreas, ora rajadas; algumas presas a troncos flutuantes, mas a maioria sobre musgos que crescem dentro dos ocos das árvores. Há uma espécie verdadeiramente magnífica, que tem 4 polegadas de largura. Os nativos chamam-na de flor-de-Santana. Tem pétalas roxas e brilhantes, e seu perfume é delicadíssimo. Trata-se de uma espécie nova. No gênero, é a flor mais maravilhosa dessa região. Os próprios nativos não podem deixar de admirá-la, ficando intrigados pelo fato de que uma flor tão linda crescesse à toa no igapó...". Alfred Russel Wallace (1823-1913). Viagens pelos rios Amazonas e Negro. 1979, p. 116-117. 
 
 
 
 
Oncidium maculosum.
J. Barbosa Rodrigues. Iconographie des orchidées du Brésil. (1877-1898).


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